Mas vou contar um segredo: compostagem doméstica é o caminho para uma vida mais sustentável em vários sentidos. Quando começamos a compostar nossos resíduos orgânicos, criamos uma nova relação com o nosso “lixo” e percebemos no dia a dia como geramos tanta matéria rica em nutrientes. Sim, cerca de 50% de tudo o que geramos em casa são resíduos orgânicos — cascas de frutas, verduras, casca de ovos, saquinhos de chás, borras de café… — que podem e devem ser transformados em adubo através da compostagem.

A compostagem nada mais é do que um processo biológico de decomposição da matéria orgânica. Existem várias formas de compostar: direto na terra — aquela tradicional técnica de jogar as cascas diretamente na horta – com composteiras de revolvimento manual ou eletrônico e até mesmo os baldinhos com as maravilhosas minhocas californianas.

Nós da Rastro sempre falamos: nada mais justo com a natureza do que devolver para ela o que é de direito dela. Eu explico: a terra fornece nutrientes para que as plantas cresçam e nos forneçam alimentos, esse processo empobrece o solo consequentemente precisamos adubar novamente essa terra para que ela produza mais alimentos… E com a compostagem esse ciclo se fecha, pois após o preparo das nossas refeições, sempre sobram as cascas, talos, caroços e vários outros tipos de resíduos que após se decomporem viram um rico adubo cheio de nutrientes.

Depois de algumas turmas de oficina de compostagem, recebemos depoimentos muito interessantes de participantes que adotaram a compostagem com minhocas como um processo cotidiano dentro de casa:

Minha composteira está sendo uma experiência incrível. Em menos de dois meses nós (da minha família) já tínhamos completado os dois baldes com matéria orgânica e agora já temos bastante húmus e um pouco de chorume (que já está sendo utilizado para um trabalho de escola sobre o destino do lixo). A propósito, usarei a composteira como a proposta de intervenção do meu trabalho para o excesso de lixo, já que essa solução está funcionando lá em casa (nosso lixo diminuiu em 60%).Nos primeiros dias esquecíamos da existência da composteira e acabávamos jogando as cascas de frutas e verduras no lixo, mas com o tempo nos acostumamos e agora que a minha já está cheia, ficamos com pena de jogar no lixo. Foi tanto peso na consciência que decidimos fazer mais uma, que agora já está sendo usada.A composteira agora já se tornou um hábito de toda família. No começo apenas eu cobrava e alertava sobre os alimentos que não podem ser inclusos, mas depois de algumas semanas todos participaram.Enfim, essa prática está sendo ótima para mim e para minha família e acabou influenciando na nossa consciência para com a natureza.Muito obrigada por tornarem esse hábito algo do meu cotidiano. Flávia.

Minha composteira encheu rapidinho. Consumimos muitos vegetais aqui em casa. E logo já tinha chorume. Vou fazer uma daquelas maiores. Henrique.

“Mesmo morando em apartamento, a composteira me possibilitou transformar os resíduos orgânicos produzidos por mim em um material rico em nutrientes, gerando adubo para o futuro cultivo de temperos. A experiência também me fez ter um manuseio mais consciente dos alimentos para minimizar o resíduo gerado, atitude que influenciou positivamente as pessoas ao meu redor — amigos, família. Mônica.

É isso aí! Cuidando dos nossos resíduos, conseguimos ver aquilo que estamos comendo, consequentemente analisar nossa saúde através do “lixo” que geramos. Se geramos muitas embalagens, sabemos que nossa alimentação está focada no industrializado, se geramos mais resíduos orgânicos, percebemos que temos uma alimentação mais natural.

E lembre-se desta frase: descasque MAIS, desembale MENOS.

Sua saúde e o planeta agradecem!

Arthur Rancatti — Cofundador da Rastro, sempre disposto à aceitar desafios, articular boas ideias, solucionar problemas e fazer com que tudo saia do papel.